Organizar a vida financeira em uma união pode ser mais difícil do que parece...
A data é planejada por meses, às vezes anos. Reúne as pessoas mais importantes nas vidas de cada um. Mas logo depois vêm os desafios da realidade. Além de compromisso, um casamento precisa de dinheiro para se manter. Contas de serviços públicos, impostos, aluguel e outras são despesas das quais nenhum casal está livre. Organizar a vida financeira em uma união pode ser mais difícil do que parece, na medida em que se dispõe de duas rendas para cobrir um só orçamento, mas ao mesmo tempo a necessidade de conciliar escolhas e necessidades diferentes.
Esse post traz conselhos de especialistas com o propósito de mostrar algumas sugestões para a organização de um orçamentode recém-casados. E equilibrar renda e despesas dentro do matrimônio, na verdade, não é muito diferente de fazer isso em qualquer outra instituição. Regras como equilíbrio, diálogo e bom senso compõem o princípio para se obter resultados satisfatórios. É preciso respeitar as peculiaridades de cada situação.
A primeira dúvida que se cria é em relação à contribuição de cada um para o sustento da nova família. Afinal, as obrigações devem ser as mesmas ou é melhor dividir os gastos de forma proporcional à renda de cada um? A segunda alternativa, dizem os especialistas, é a mais adequada. "Não existe 'a minha' ou 'a sua renda', mas a renda do casal", diz o professor de finanças da Universidade Católica Adílson Celestino.
Outra recomendação insistente e importante diz respeito à organização das finanças do casal. Criar um fluxo de caixa, ou seja, calcular os gastos programados e os contrapor à renda que deve ser recebida é importante para ajudar a se programar para investimentos ou despesas extras. Da mesma forma, a abertura de uma conta conjunta, na qual cada um possa depositar mensalmente sua contribuição para as despesas mensais, é outro conselho recorrente.
"Neste caso, um dos dois, o que for mais organizado e tiver mais controle, deve ficar responsável pelos pagamentos. Isso evita erros, como por exemplo um pensar que o outro já pagou aquela conta e deixar o compromisso ficar em atraso", aconselha o professor do curso de economia Alexandre Jatobá.
Nenhum conselho, porém, é tão importante quanto o de guiar tudo pela lógica da compreensão e do entendimento. "É preciso ter respeito às preferências do outro. É preciso respeitar as manias de cada um, mas sempre dentro do que o orçamento permite fazer", diz Jatobá.
Saiba mais
* Criar uma conta conjunta pode ser uma boa opção para centralizar despesas gerais da casa e da família e tornar o pagamento mais prático. Mas o ideal é que cada um mantenha sua própria conta separada, para receber os rendimentos.
* Esse conselho, uma espécie de regra das finanças pessoais disseminada pelos economistas, vale para qualquer pessoa, não apenas casais. O total de despesas constantes, do cotidiano, não devem ultrapassar os 70% do orçamento mensal. É adequado reservar 30%, ao menos, para gastos extras e, claro, economizar e investir.
* Criar um fluxo de caixa, que nada mais é do que o registro dos recursos que entram (a renda do casal) e dos que saem (as despesas). O ideal, de acordo com os especialistas, é projetar um ano de fluxo, incluindo compromissos ocasionais, como 13° salário e pagamento de impostos.
* Traçar metas juntos, como trocar o carro, fazer uma viagem, comprar um imóvel. Despesas maiores devem ser sempre discutidas pelos dois.
* Dividir o pagamento das despesas proporcionalmente à renda de cada um. Não é por que um dos cônjuges ganha mais que vai poder gastar mais. Depois do casamento, existe apenas uma renda, a do casal. Essa é a melhor maneira de evitar problemas.